O 4º encontro tem como objetivo a análise de resultados e de hipóteses elencadas no primeiro encontro e será realizado em sala com acesso a internet.
A partir dos resultados observados em laboratório e das discussões em grupo, os alunos constroem um mapa conceitual utilizando o programa Cmap. Assim, sistematizarão o conhecimento de forma simplificada.
A apresentação de cada mapa conceitual será utilizando o datashow. Neste momento, a discussão será em torno dos “detalhes” do processo.
Emissões da mistura de biodiesel/diesel
Nos últimos anos, é crescente a preocupação com as emissões automotivas e seus efeitos sobre o meio ambiente e saúde humana, principalmente nos grandes centros urbanos. Estimativas elaboradas a partir de dados da região metropolitana de São Paulo, apontam que os veículos diesel respondem por 32 % das emissões veiculares de poluentes como hidrocarbonetos (HC), 25 % das de monóxido de carbono (CO), 32 % das emissões de particulados e 48 % de óxidos de enxofre (SOx).
Dentre os poluentes associados ao consumo de óleo diesel, as emissões de objeto de maior preocupação e controle são as de matéria particulada, SOx. Também é crescente a preocupação com as emissões de poliaromáticos (PAH), pelo risco que representam à saúde humana. Segundo estudos recentes (2), baseados em dados do SUS na cidade de São Paulo, 10 % das internações por doenças respiratórias na infância estão relacionadas às concentrações atmosféricas de particulados .
O uso de misturas biodiesel/diesel tem como efeitos a redução das emissões de CO, hidrocarbonetos e particulados. As emissões de SOx pelo biodiesel puro (B100) são desprezíveis, e no caso de misturas diesel / biodiesel a redução se dá de forma quase proporcional à participação do biodiesel na mistura. Pode existir, entretanto, o efeito colateral do aumento das emissões de NOx. Contudo, vários estudos apontam que com o uso de misturas de cerca de 20 % de biodiesel e 80 % de diesel de petróleo (B20), é possível obter o melhor trade-off entre a redução de emissões de particulados - de 47 %, em média, para o biodiesel puro - e um eventual aumento de emissões de NOx, de até 8 %, com o B100. De acordo com o National Renewable Energy Laboratory (EUA) a mistura B20 não representa aumenta de emissões de NOx (3).
As implicações do uso da mistura B20 foram analisadas quanto às emissões de carbono associadas ao efeito estufa, poluentes controlados (HC, CO, NOx, SOx) e
preço final da mistura. As principais conclusões foram:
a) Em termos de emissões de carbono fóssil, que contribuem para o efeito estufa, o uso da mistura B20, implicaria na redução de até 1,15 milhões de toneladas em emissões de dióxido de carbono, considerando todo o ciclo de vida do éster etílico de soja. Nos estudos consultados os principais fatores para emissões de carbono não renovável ao longo do ciclo de vida do biodiesel estão associados aos fertilizantes e defensivos, e ao uso de fontes de energia fóssil para geração de eletricidade e calor. Assim, tais emissões poderiam ser reduzidas ainda mais com a utilização de culturas permanentes (como a palma ou pinhão manso) e fontes renováveis para geração de energia elétrica e calor ao longo do processo.
b) Quanto às emissões de poluentes controlados, o uso de B20 teria como efeitos a redução das emissões de CO, hidrocarbonetos e particulados, e um comportamento neutro quanto ao NOx.
Uma simulação feita pelo National Renewable Energy Laboratory (NREL) , vinculado ao governo dos EUA, considerando a utilização de uma mistura B20 para toda a frota de veículos pesados em algumas das principais regiões metropolitanas do EUA, aponta que haveria a redução de 6 % dos riscos associados à morte prematura devido à toxicidade do ar, ao passo que implicaria em um aumento dos níveis globais de NOx em até 0,5 %, que foi considerado insignificante, dentro da margem de erro da medida. Os resultados do estudo sugerem um efeito benéfico do uso do B20 nas frotas de ônibus urbanos das grandes cidades brasileiras. Adicionalmente, para atingir os padrões de emissão previstos para o NOx na legislação brasileira para os próximos anos seriam necessários, independentemente da adição de biodiesel, adotar tecnologias ligadas ao design de motores, como catalisadores automotivos. (ALMEIDA NETO, J.A. et al-2004)
Posteriormente, os alunos apresentam uma proposta complementar para o novo ciclo de produção do biodiesel, verificando os pontos fortes e fracos no processo e deverão propor uma hipótese de melhorias e concluir se há um ciclo neste caso. Uma hipótese que poderá surgir é a destilação do óleo, bem como o desenvolvimento de tecnologia de motores e/ou componentes para a adaptação ao sistema a fim de evitar incrustações e proliferação de microorganismo, verificadas atualmente.